quarta-feira, 27 de março de 2024

relação universidade empresa - renato dagnino

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tudo bem aí?

no dia 19 ouvi a Fernanda de Negri e o Pacheco declararem mais de uma vez que a relação universidade empresa não é o maior gargalo da ciência tecnologia inovação brasileira.

ou seja, que essa relação (entendida como o é, pela pela elite científica e sua tecnocracia, baseada em incubadoras, parques e Startups, (Esclareço EU) não merecem ser estimuladas, uma vez que não irão solucionar nenhum “gargalo “ importante da PCTI.

 e que a ênfase nas patentes universitárias é uma exceção e, também, que essa relação ocorre na base de uma pirâmide de um antigo artigo da oecd que o Pacheco leu, através da contratação de pesquisadores. E só no cume da pirâmide aparece o que aqui a elite científica entende por relação universidade empresa (Esclareço Eu) está a realização de projetos conjuntos, transferência de resultados de pesquisa universitária. Ou seja o que chamamos de conhecimento desincorporado, etc. .

E, também que a universidade dos EUA recebe apenas o equivalente ao seis por cento de sua verba de pesquisa com este tipo de atividade. E, também que, do lado das empresas, apenas dois por cento do que elas gastam em pesquisa é contratado com a universidade e institutos de pesquisa.

Fernanda deu entender, também, que as empresas não contratam nossos doutores e que se formarmos mais poderemos fazer algo que não queremos: produzir doutores desempregados.

ou seja, aquilo que nós estamos dizendo HÁ MUITO TEMPO, foi reconhecido por eles.

isso pode provocar um ponto de viagem da nossa PCTI. Isso, é claro se o PCdoB souber decodificar a realidade, como estamos fazendo, e tiver interesse em revisar seu quadro de alianças e a possibilidade de novos policy coalitions.

estou escrevendo um artigo a respeito.

outro ponto importante é perceber o verdadeiro “carnaval “ em torno da quinta conferência.

iniciativas de participação patrocinadas pelo governo ou “brotadas “ do tecido social, e representando a voz de todos (Vox Populi...) atingem 1° alucinante.

em que vai resultar deste “participacionismo“, você pode imaginar...

se você lembrar, aquilo que saiu como proposta do setorial do PT de C&T e TI (a única se bem me lembro!) para a comissão de transição, foi aquela nossa proposta de criar um canal de comunicação entre a direção do Ministério e as trabalhadoras e trabalhadores do conhecimento. A partir daí, identificar-se-iam as demandas tecnocientíficas a serem “ traduzidas“ em agendas de ensino, pesquisa e extensão a serem inseridas o complexo de ensino e pesquisa público via implementação de recurso público.

vale a pena constatar como também neste caso, houve uma leitura daquilo que nós estamos falando há muito tempo.

foi entendido que deveria haver uma maior participação na agenda governamental daquilo que pode ser atribuído (pelas vias tortas da política) as demandas da “sociedade”.

oportunísticamente, essa atenção, esse aprendizado, se desdobra como o participacionismo a que fiz referência.

o que nos permitiria afirmar, como já fiz em relação à NIB, que a quinta Conferência é também uma política simbólica.

 

abraço solidário